Rodoviários querem mudança na matriz
Revista Ferroviária
29/04/2010
"Ver hoje o transporte rodoviário de carga com participação de 60 % na matriz de transporte é ruim. Melhor seria uma participação menor num país mais desenvolvido e com mais transporte ferroviário e marítimo". A frase é do presidente da Federação de Transportes do Espírito Santo, Wagner Chieppe, um dos maiores empresários de transporte rodoviário do País, diretor do Grupo Águia Branca, que controla a Trip Linha Aéreas, a Viação Águia Branca e a transportadora de automóveis Autoport, entre outras empresas.
Chieppe foi entusiasticamente aplaudido pela platéia de funcionários da Vale, FCA, MRS e outras operadoras, presentes ao II Encontro de Ferrovias, promovido pela ANTF, na sede da EF Vitória a Minas. Presente também o ministro dos Transportes, Paulo Sergio Passos, que exibiu uma transparência mostrando que, até 2025, a ferrovia deve ultrapassar a rodovia na matriz de transportes, alcançando 35 % do total transportado, contra 30 % da rodovia. Em 2005, segundo os dados do ministro, os percentuais eram 25 % e 58 %, respectivamente.
Na mesa de abertura estava também o presidente da ANTF, Marcelo Spinelli, que voltou a alertar para a escassez aguda de mão de obra especializada para o setor. "Sem profissionais não vamos conseguir fazer nosso trabalho nem alcançar nossas metas". E o presidente da MRS, Eduardo Parente, para quem o maior sinal da evolução do transporte ferroviário nos últimos anos foi o crescimento do direito de passagem (que permite a uma ferrovia trafegar nas linhas da outra): "Embora o aumento no volume de carga entre 2007 e 2009 não tenha ido mais do que 10 % no conjunto das ferrovias, devido à crise do ano passado, o aumento no direito de passagem subiu mais de 50 %", celebrou ele.
TAV x TCU
Na ocasião, o ministro Paulo Sérgio reafirmou que o projeto do TAV continua sendo prioritário para o governo, apesar da demora na publicação do edital: "Negociamos intensamente com os japoneses, franceses, alemães, coreanos e chineses, a ajustamos a modelagem até onde podíamos ajustar. Agora estamos dependendo exclusivamente do TCU -- afirmou. Assim que eles liberarem, nós botamos na rua."
Hoje estava previsto que o plenário do TCU -- que se reúne às quartas -- aprovaria o edital, mas o assunto não entrou em pauta.
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