domingo, 22 de agosto de 2010

Mundo abertos na viagem de trem

  • Enquanto a imagem do trem no Brasil perde-se entre uma saudosa Maria-Fumaça ou um (cada vez mais) futuro trem-bala, a espanhola Renfe não mede esforços ou verba publicitária para inserir suas viagens de trem na esfera dos sonhos reais.

    Fonte: www.behance.net

    New times, new trains (2009)

    The best way to show RENFE's (Spanish National Rail Network) new fleet of trains - a magical travelling experience.

  • FILM 3d by Miopia. Directed by Sega (Lee Films).

      • AWARDS: Cannes Lions: Shortlist, The New York Festival: Gold + Bronze + Bronze, Epica: Silver, El Sol:Silver, Fiap: Gold + Silver + Bronze, Laus: Gold.


      PRESS

      These pop ups were real, made by Serial Cut (
      http://www.serialcut.com/)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

IV Brasil nos Trilhos




Nesta última 4ª feira a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) realizou a quarta edição do Brasil nos Trilhos, evento em que concessionárias, clientes, construtoras, indústria, governo, imprensa e demais interessados em transportes e logística trocam idéias; discutem o presente e o futuro da ferrovia no país. Menções ao passado, sejam sobre o saudoso período de ouro ou subsequente decadência na segunda metade do século XX, não ecoaram tão alto quanto o otimismo de setor frente ao crescimento, que segue robusto, superando o susto da última crise econômica.

Apesar de um pequeno atraso, a abertura foi realizada com a execução completa do Hino Nacional. As primeiras considerações foram do Presidente da ANTF, Marcello Spinelli, afirmando o novo patamar alcançado pela ferrovia, representando agora um quarto da matriz de transportes brasileira. O modal sobreviveu a seu quase "óbito" há cerca de 15 anos, passando então por um processo de privatização, tranformação e aprendizado de concessionárias, clientes e governo para retomar o crescimento no setor de cargas e evitar o processo de estrangulamento da logística nacional. É desnecessário dizer (basta tentar subir num trem) que o setor de passageiros permanece uma incógnita e muito se discute sobre o Trem de Alta Velocidade ser o xis da questão.

Os problemas do modal seguem os mesmos; a necessidade de uma revitalização da malha (atualmente cerca de 11 mil dos 29 mil km de ferrovias são efetivamente utilizados, com passagens diárias de trens), a intermodalidade segue sub-explorada, o marco regulátorio é ainda difuso e a competitividade comprometida por gargalos estruturais e políticos. "É impossível descer mais 1 kg de açúcar via caminhão para (o Porto de) Santos", desabafou o Diretor de Logística da Coopersúcar, Maurício de Mauro. "Não é competição, mas sim a agregação dos modais" que consolidará esse "novo ciclo ferroviário do País", comentou Milton Monti, da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.

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fonte ANTF

O Ministro dos Transportes Paulo Sérgio Passos ressaltou o insuficiente mas notável aumento de 0,2 para 0,5% do PIB aplicado aos transportes. Afirmou que a supracitada integração dos modais deve estar em consonância com a integração e o crescimento econômicos, daí o redesenho e modernização da malha enfatizando os corredores de bitola larga, verdadeiras espinhas dorsais, como a Ferrovia Norte-Sul. Esta deixou o enredo de tragicomédia - como o da Madeira-Mamoré - e avança como uma realidade capaz de aproximar Oiapoque e Chuí, ligando o Pará e São Paulo, com planos de chegar até o Rio Grande do Sul - caso contrário poderá ser ironicamente rebatizada como apenas "Norte-Sudeste". Agora é torcer para que a ferrovia, os terminais intermodais e a ponte para trens, automóveis e pedestres sobre o Rio Araguaia sejam tão caprichados quanto os vídeos exibidos por João Francisco das Neves, Presidente da Valec, responsável pela empreitada.

Na ausência da Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, o Secretário Executivo Substituto Volney Zanardi, numa explanação profusa, alertou que o Ministério não trata apenas de licenciamento ambiental de obras, como também lida com temas como qualidade de vida e o uso de recursos; também garantindo que o processo de licenciamento passará pela necessária simplificação.

Foi também apresentada pesquisa focada no modal ferroviário no Brasil, realizada pela Confederação Nacional dos Transportes; reiterado o apoio ao setor ferroviário e á cooperação de modais pela Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias; e apresentado o balanço dos números superlativos do BNDES, com cerca de metade dos R$ 48 bilhões de desembolsos para a área de infra-estrutura destinados á logística. Além da Norte-Sul, foram citados a Nova Transnordestina, investimentos da ALL e da Vale e o terminal da Rumo Logística. Embora responda pela maior parte da carga transportada, nem tudo são commodities, comentou também o Presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), Vicente Abate, chamando atenção para o crescimento do transporte também da carga geral.



Única presidenciável a comparecer ao evento, a candidata Dilma Roussef comparou o tempo em que a ferrovia era "invisível" com este novo momento em que a Norte-Sul transforma-se numa "coluna vertebral" do transporte brasileiro, que irá suprir e criar demanda em sua qualidade de investimento estruturante. Defendeu de críticas - como as do Banco Mundial - o projeto do TAV, citando que, em consulta prévia, o próprio órgão validava o projeto através de três pareceres de especialistas de França, Espanha e Japão. Reiterou também que a absorção da tecnologia dar-se-ia via criação de um Instituto Ferroviário Brasileiro. Dilma traçou paralelo com uma crítica, comum nos anos 80, que dizia ser "absurdo país subdesenvolvido investir em metrô", alertando para os resultados atuais dessa forma de pensar. A candidata dissertou ainda sobre o patamar alcançado de 60% da população brasileira nas classes C, B e A; desenvolvimento que acaba estrangulado pelo gargalo da infra-estrutura. Referindo-se à previsão de que o Brasil poderá transformar-se na "5ª potência", disse que "não é a ordem que interessa, mas a qualidade: precisamos do necessário para realizar o nosso potencial".

Seguiu-se o painel em que clientes como Usiminas, Libra Logística, Coopersúcar e Standard Logística partilharam suas experiências e sugestões; oportunamente sucedido por dois painéis governamentais (sobre planos futuros e o papel da Agência Reguladora) em que o poder público respondeu acerca do que será e está sendo feito frente aos desafios do cenário colocado por usuários, concessionárias e construtoras. O Secretário de Política Nacional de Transportes, Marcelo Perrupato, afirmou que tudo isto está sendo considerado e a 4ª versão do Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT) é baseada em intercâmbio e pesquisa; "não fizemos trancados em nossos gabinetes". Falaram ainda representantes do IPEA e dos Fundos Especiais da Caixa Econômica Federal, seguidos pelo Coordenador do PAC, Maurício Muniz, que enumerou as realizações do programa e os prospectos para o PAC2, rebatendo ainda críticas sobre a suposta ausência de custos definidos ou estudos geológicos precisos no projeto do TAV.


Mostrando mais resultados e planos concretos que sua edição anterior, o 4º Brasil nos Trilhos, embora realizado em uma arena menor e de mais difícil acesso para o público geral, respondeu mais uma vez ao desafio de mapear o transporte ferroviário no Brasil. Percebeu-se também a dificuldade em esmagar toneladas de conteúdo dentro de apenas 9 horas - a piada mais recorrente entre os palestrantes referia-se às elegantes integrantes da organização que cordialmente entregavam bilhetes informando o número de minutos restantes, ou a completa ausência de tempo para maiores asserções. Da mesma forma que o Hino Nacional foi reproduzido na íntegra, fica a sugestão de um maior espaço dentro e entre os painéis para as palestras e debates, fazendo do 5º Brasil nos Trilhos um evento mais completo. Sim, estamos nos trilhos; e fica melhor alargando-se a bitola.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O inverso do fura-fila

Chineses tem projeto de trem elevado

02/08/2010 - Galileu

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Carros de até 2 metros de altura passariam sob trem. Fotos: China News

Para conter o avanço do caos no trânsito sem arcar com os grandes investimentos necessários para a construção do metrô subterrâneo, uma empresa chinesa projetou um trem suspenso com espaço para que os carros passem por baixo. O projeto, batizado de “3D Express Coach” é da Huashi Future Parking Equipment, da cidade chinesa de Shenzhen.

O trem, movido a energia elétrica e solar, teria velocidade média de 40 km/h, podendo chegar a uma velocidade máxima de 60 km/h. Segundo o projeto, a composição terá 6 metros de largura e será suspensa a cerca de 4 metros de altura para que carros com até 2 metros de altura passem sob o trem. O 3D Express Coach pode ser aprovado no fim de agosto e deve começar a ser construído ainda no final de 2010 em um distrito de Pequim, segundo o Gizmodo.

A composição, que tem capacidade para 1.200 passageiros, custa cerca de 10% do valor de um metrô subterrâneo, segundo a empresa chinesa responsável pelo projeto. O trem, diz a empresa, poderia funcionar com trilhos colocados nas laterais de ruas e avenidas já existentes, sem necessidade de grandes escavações e desapropriações de terrenos.

sábado, 31 de julho de 2010

Brasil nos Trilhos 2010, 11 de Agosto!

Trens de passageiros e de carga, Trem-Bala, matriz de transportes e tudo o que diz respeito à ferrovia no Brasil nas palavras de especialistas, políticos e empresas ferroviárias. Gente que, bem ou mal, mantém a ferrovia no país.

É um evento aberto, cuja inscrição pode ser feita em www.artworks.com.br/brtrilhos. Uma maneira simples e direta de participar do desenvolvimento dos transportes no país.

Para quem não mora em Brasília, há muitas promoções das companhias aéreas; mas planeje-se para chegar antes, com avião nunca se sabe!


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Já pra casa de máquinas!

Saudações ferroviárias!

É evidente que a Piuí necessita de uma reformulação completa; faltam posts, conteúdo próprio e o número 2 da revista impressa.

Está bem como estava ou está a ferrovia no Brasil, tão aquém de seu potencial, irregular e insuficiente diante de uma necessidade de transporte e fluxo de informação. Não é necessário prometer um trem-bala; basta afirmar que em breve, qual uma locomotiva, estaremos a avançar, mergulhar e serpentear pelo mundo.

Voltamos em Julho!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Comboio-bala

TGV permite poupar € 55 milhões em petróleo

27/05/2010 - Agência Financeira

A introdução da alta velocidade em Portugal permitirá reduzir o consumo de energia primária em 200 mil toneladas equivalentes de petróleo por ano, gerando poupança de, pelo menos, 55 milhões de euros nas importações de produtos petrolíferos em 2020.

Esta é uma das conclusões do estudo "Análise geoestratégica do comboio de Alta Velocidade no contexto dos mercados do petróleo e do carbono", elaborado pelo Centro de Estudos em Economia da Energia dos Transportes e do Ambiente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), a convite da RAVE - Rede Ferroviária de Alta Velocidade, refere a Lusa.

O objectivo do estudo, que será apresentado na sexta feira, foi quantificar os impactos da alta velocidade ferroviária nos mercados do petróleo e do carbono, bem como na redução das emissões poluentes, explicou à Lusa Álvaro Martins, coordenador da equipa que fez o estudo.

Uma das conclusões do estudo é, segundo Álvaro Martins, "uma redução de consumo de energia primária de 200 mil toneladas equivalentes de petróleo por ano".

"Isto em termos monetários, dependendo dos cenários de preços de energia, estimamos que poderá andar à volta dos 55 milhões de euros a preços de 99 [dólares por barril de petróleo] em 2020, podendo subir até aos 90 milhões de euros em 2040", acrescentou.

Poupança pode chegar aos 1.700 milhões até 2040

O responsável pelo estudo salientou o facto de, em termos acumulados, esta poupança, que tem por base um cenário moderado de evolução de preços, poder chegar aos 1.700 milhões de euros no período entre 2013 e 2040.

No que respeita à emissão de gases com efeitos estufa, o estudo aponta para "uma redução de emissões de 480 mil toneladas de CO2", que poderá originar "uma poupança que pode variar entre nove milhões de euros (se avaliarmos o CO2 a 30 euros por tonelada) e 40 milhões de euros/ano (se avaliarmos a 100 euros por tonelada)".

"O que há que reter é que a poupança acumulada entre 2010 e 2040 poderá variar entre os 300 e os 900 milhões", sublinhou.

Álvaro Martins explicou que o estudo tem por base a construção das três linhas de alta velocidade (Lisboa-Porto, Lisboa-Madrid e Porto-Vigo) no calendário inicial, ou seja, não tem em conta os adiamentos anunciados este ano pelo Governo. "Os adiamentos alteram os pressupostos, logo alteram os resultados", concluiu.


domingo, 23 de maio de 2010

Muito elucidativo...!

Por que o Brasil não produz trilhos?

11/05/2010 - Webtranspo

Os investimentos programados para o setor ferroviário prometem dar um novo fôlego aos sistemas de transporte de cargas e passageiros sobre trilhos em território brasileiro. Estimativas preveem que, até 2014, poderão ser investidos nas ferrovias brasileiras R$ 71 bilhões, 270% mais que o investido de 2004 a 2008.

Prova de que o setor está aquecido é o fato de que para este ano está prevista a produção de 2.500 vagões, contra 1.022 em 2009; entre 500 a 550 carros de passageiros serão fabricados neste ano, enquanto em 2009 o volume foi de 438. E no que se refere a locomotivas, entre 60 a 70 sairão das fábricas; no ano anterior, apenas 22 foram fabricadas, segundo dados da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária).

Em contrapartida, mesmo com tantos recursos sendo alocados para este segmento da economia o Brasil continua importando os trilhos utilizados nestes projetos. Porém, recentemente, Mirian Belchior, subchefe de articulação e monitoramento da Casa Civil, destacou que o “País tem que começar a produzir trilhos de trem e parar de trazer este produto de outros países”.

Segundo ela, essa retomada na produção é uma determinação do presidente Lula, que considera um absurdo o Brasil ter de importar trilhos. Para se ter uma ideia, a aquisição deste tipo de produto fechou 2008 com um recorde: 170 milhões de dólares, valor mais de sete vezes acima do registrado em 1997.

E a probabilidade é que este número continue crescendo. De acordo com o PNLT (Plano Nacional de Logística e Transportes), criado pelo Ministério dos Transportes, a meta é incluir na rede ferroviária quase 20 mil quilômetros de novos trilhos até 2025.

“Antes, somente se importava para reposição. Agora, há tanta demanda que é possível que as empresas voltem a se interessar por fabricar trilhos no Brasil”, argumenta Welber Barral, secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Vicente Abate, presidente da Abifer, aponta que a retomada da produção destes produtos seria muito positiva para o País. “Haveria geração de empregos e dependeríamos menos de empresas estrangeiras”, aponta.

Procurado pela reportagem, o IABr (Instituto Aço Brasil) – entidade que reúne empresas com potencial para a produção de trilhos: as siderúrgicas – afirma que o País ainda não possui demanda que justifica a retomada deste tipo de fabricação.

“Até 1996, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) manteve laminador para produção de trilho ferroviário. A produção foi descontinuada porque não havia procura que justificasse sua manutenção”, afirma a entidade por meio de posicionamento enviado por sua assessoria de imprensa.

E finaliza: “a capacidade miníma para implantação de um laminador deste tipo é da ordem de 500 mil toneladas. Hoje, o Brasil ainda não tem mercado suficiente que justifique investimentos em um novo laminador para produção de trilho ferroviário”.