TGV permite poupar € 55 milhões em petróleo
27/05/2010 - Agência Financeira
A introdução da alta velocidade em Portugal permitirá reduzir o consumo de energia primária em 200 mil toneladas equivalentes de petróleo por ano, gerando poupança de, pelo menos, 55 milhões de euros nas importações de produtos petrolíferos em 2020.
Esta é uma das conclusões do estudo "Análise geoestratégica do comboio de Alta Velocidade no contexto dos mercados do petróleo e do carbono", elaborado pelo Centro de Estudos em Economia da Energia dos Transportes e do Ambiente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), a convite da RAVE - Rede Ferroviária de Alta Velocidade, refere a Lusa.
O objectivo do estudo, que será apresentado na sexta feira, foi quantificar os impactos da alta velocidade ferroviária nos mercados do petróleo e do carbono, bem como na redução das emissões poluentes, explicou à Lusa Álvaro Martins, coordenador da equipa que fez o estudo.
Uma das conclusões do estudo é, segundo Álvaro Martins, "uma redução de consumo de energia primária de 200 mil toneladas equivalentes de petróleo por ano".
"Isto em termos monetários, dependendo dos cenários de preços de energia, estimamos que poderá andar à volta dos 55 milhões de euros a preços de 99 [dólares por barril de petróleo] em 2020, podendo subir até aos 90 milhões de euros em 2040", acrescentou.
Poupança pode chegar aos 1.700 milhões até 2040
O responsável pelo estudo salientou o facto de, em termos acumulados, esta poupança, que tem por base um cenário moderado de evolução de preços, poder chegar aos 1.700 milhões de euros no período entre 2013 e 2040.
No que respeita à emissão de gases com efeitos estufa, o estudo aponta para "uma redução de emissões de 480 mil toneladas de CO2", que poderá originar "uma poupança que pode variar entre nove milhões de euros (se avaliarmos o CO2 a 30 euros por tonelada) e 40 milhões de euros/ano (se avaliarmos a 100 euros por tonelada)".
"O que há que reter é que a poupança acumulada entre 2010 e 2040 poderá variar entre os 300 e os 900 milhões", sublinhou.
Álvaro Martins explicou que o estudo tem por base a construção das três linhas de alta velocidade (Lisboa-Porto, Lisboa-Madrid e Porto-Vigo) no calendário inicial, ou seja, não tem em conta os adiamentos anunciados este ano pelo Governo. "Os adiamentos alteram os pressupostos, logo alteram os resultados", concluiu.