quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Últimas de 2009

Saudações ferroviárias! Devo admitir que a proibição do blogspot aqui na China (e o fenômeno da multiplicação do dever de casa) deram uma desacelerada no blog. Mas hoje, no último dia de 2009, ainda há tempo para compilar alguns "fait-divers" sobre a ferrovia no planeta e desejar um feliz 2010 a todos. O ano promete muito para a estrada-de-ferro no Brasil, consumação do VLT em Brasília e da Transnordestina, melhorias em metrôs de diversas cidade brasileiras e a agonia ou êxtase de nosso controverso Trem-bala. Placa da

Prefeitura de São Paulo proíbe "transar" em linha do trem - 17/11/2009 http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u653446.shtml

Trens no Japão terão câmeras para combater 'mão boba' http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/12/091215_japao_trens_pu.shtml


Foto de surfistas de trem é a melhor de 2009 no Travel Photographer of the Year
http://noticias.br.msn.com/fotos/galeria-bbc.aspx?cp-documentid=23143184


Inaugurado na China trem de alta velocidade mais rápido do mundo
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u671383.shtml

Agradeço à colaboração de Janina Figueira, sempre contrinbuindo com notícias interessantes!

Um 2010 com menos engarrafamentos, stress e muito mais fluidez e encontros para todos!



Rodrigo B.

sábado, 22 de agosto de 2009

Descaminhos (Trailer)

"Eu lembro disso tudo, sinhô. I ocê num lembra, lembra?" Diz o ferroviário de, então, 86 anos. Não, nós não lembramos; mas filmes - produtos culturais - como "Descaminhos" nos ajudam a lembrar que, antes de tornar-se um aparente 'beco sem saída' (título do filme, em inglês), a ferrovia foi mais que motor do desenvolvimento, como também um modo de vida. São testemunhos que nos ajudam a reavaliar se nosso mundo de pneus e asfalto foi realmente a melhor escolha. Uma escolha e uma história que continuam aí, não importa o quanto se diga que é tarde demais.



"Um road movie sobre trilhos através de quatro estados, 55 cidades e 8.000 km de linhas férreas. Moradores às margens de ferrovias lembram o passado e comentam o presente a partir de um elemento comum: o trem."

Sinopse completa no site Meu cinema brasileiro.


(Obrigado a Janaína Figueira pelos links da resenha e do trailer =)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Linha cruzada

A expressão "correndo atrás do prejuízo" ficou famosa enquanto erro de português e aplica-se bem à pressa e a seus perigos, que já transparecem na saga da implantação do TAV; vai ser preciso muita disposição para conciliar o trem-bala com a míriade de propriedades e projetos que seu traçado cruza:

A UFRJ e o TAV

17/08/2009

Aloísio Teixeira, reitor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

A Universidade Federal do Rio de Janeiro recebeu, surpresa, a notícia da Consulta Pública promovida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), destinada a “divulgar a documentação pertinente e colher sugestões sobre o projeto de implantação do Trem de Alta Velocidade –TAV, para o transporte de passageiros entre as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas.”

A surpresa se deve ao fato de que um projeto de tal magnitude, com custos elevados e grandes impactos sobre as áreas direta e indiretamente afetadas, do ponto de vista ambiental,econômico e social, seja colocado em discussão com um prazo tão curto (24 de julho a 17 de agosto), informações insuficientes e sem que instituições, grupos sociais, comunidades e demais agentes públicos e privados interessados tenham possibilidade de tomar adequado conhecimento da questão.

Ainda mais surpreendente é saber que o traçado pretendido atravessa a Cidade Universitária da UFRJ, território onde se exerce a autonomia universitária assegurada pela Constituição Federal. A autonomia, expressão contemporânea da tradição que, desde os primórdios da instituição, é um requisito fundamental para o desenvolvimento da educação superior, consiste em direito ao autogoverno, inclusive em questões relacionadas à ocupação, uso e acesso ao território universitário.

Tal fato ganha maior gravidade por se dar em um momento em que a Universidade está elaborando seu Plano Diretor UFRJ 2020 — na verdade um ambicioso projeto de desenvolvimento da Cidade Universitária, que enfatiza sua integração à Cidade do Rio de Janeiro e aponta para a necessidade de uma ampliação expressiva das redes de transporte público para atender a uma população estimada em mais de 120.000 pessoas que circularão por essa região até 2020. O Plano Diretor é parte de um conjunto mais amplo de projetos que integram o Plano de Reestruturação e Expansão da UFRJ, aprovado pelo Conselho Universitário em outubro de 2007 e homologado pelo Ministério da Educação.

Vale destacar que uma das recomendações ali contidas diz respeito exatamente à garantia da integridade e inalienabilidade do patrimônio fundiário da Universidade. A razão para essa recomendação é que a finalidade primordial do patrimônio da Universidade Federal do Rio de Janeiro é a de servir única e exclusivamente ao fim para o qual foi destinado, isto é, ao desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão universitária.

Há uma razão adicional que aumenta nossa preocupação: o Edital desconhece a importância e a qualidade dos conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos no país, omitindo inteiramente qualquer requisito que venha a associar o projeto ao desenvolvimento nacional.

Por essas razões, o Conselho Universitário da UFRJ aprovou em recente reunião uma moção de protesto contra os procedimentos adotados, a ausência de informação qualificada e os prazos irrisórios da Consulta Pública. Manifestou ademais sua oposição à utilização da Cidade Universitária, que não foi sequer consultada, como via de passagem para o trem de alta velocidade, através de terrenos de propriedade da UFRJ e nos quais a Universidade exerce sua plena autonomia constitucional.

A UFRJ está plenamente consciente de que a questão do transporte público integra o painel de problemas que exigem soluções eficientes e modernas. A UFRJ está capacitada a ajudar na busca das soluções. Exatamente por isso, e em defesa de sua função social e de seu estatuto, desautoriza qualquer intervenção no território da Cidade Universitária, à sua revelia, e apela à sociedade em geral e às autoridades governamentais direta ou indiretamente envolvidas com o processo decisório referente ao Projeto do TAV que ampliem os prazos de discussão pública e permitam que as decisões sejam tomadas não em gabinetes fechados mas com ampla consulta aos interesses da sociedade e da população.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Que comecem os jogos!

Sob o horizonte da Copa do Mundo de 2014; começa a disputa internacional entre detentores da tecnologia do trem-bala por um dos mais promissores e populosos trechos em todo o mundo, o Rio-São Paulo.

http://www.transportes.gov.br/TavBrasil.jpg

Como os franceses, espanhóis, japoneses e coreanos, os chineses entram de vez no páreo, o que promete jogar preços para baixo e o nível de exigência para cima:

Chineses entram na disputa pela construção do Trem-Bala

06/08/2009 - Secretaria de Transportes do Estado do RJ

Depois de reuniões com o Ministério dos Transportes, em Brasília, uma comitiva do alto escalão do Ministério das Ferrovias da China, liderada pelo diretor-geral Wu Wey, chega ao Rio para uma série de reuniões e visitas técnicas nesta quinta-feira (06/08). Eles serão recebidos pelo secretário estadual de Transportes Julio Lopes. Além do trem-bala, principal assunto da agenda dos chineses, as reuniões no Rio também incluirão os investimentos que o estado está fazendo no sistema de trens e metrô, cuja compra de novos carros foi fechada com a China recentemente.

Pela manhã, os chineses se reúnem com o secretário na sede da empresa Asian Trade Link (ATL), de Marco Polo Moreira Leite, responsável pela vinda da comitiva ao Brasil. Em seguida, a comitiva fará uma visita à Supervia, que receberá 30 trens, comprados pelos estado, que serão fabricados na china pelo consórcio chinês National Machinery Import & Export Corporation. Para conhecer o funcionamento do sistema ferroviário do Rio, os chineses farão uma viagem de trem até o Estádio João Havelange, no Engenho de Dentro, onde participam de um passeio guiado.

Na parte da tarde, a comitiva visitará o sistema metroviário, sendo recebida pelo presidente da concessionária MetrôRio, José Gustavo de Souza Costa. A concessionária também fechou com a China a compra de 19 trens, num total de 114 novos carros, para o metrô do Rio. O contrato foi assinado com o governo chinês em recente visita do governador Sergio Cabral ao país asiático. Na ocasião, os fabricantes da Changchum Railway Vehicles (CNR) se comprometeram a entregar os primeiros carros ainda em 2010.

A visita do governador Sérgio Cabral à China no mês de julho foi decisiva para a entrada dos chineses na concorrência pelo trem-bala e selou a vinda do grupo ao Brasil. O país tem larga experiência em construções e fornecimento de tecnologia para sistemas ferroviários. Recentemente, eles venceram licitações na área de ferrovias na Argentina, no Paquistão, na Indonésia e no Irã.

- Sabemos do interesse de empresas espanholas, japonesas, coreanas e francesas em participar do processo licitatório para construção do primeiro Trem de Alta Velocidade do Brasil. Mas a entrada da China, país detentor de grande experiência no setor ferroviário, vem para agregar ainda mais valor ao nosso projeto – comemora o secretário Julio Lopes, que acompanhou o governador na viagem à China.

O projeto brasileiro, que vai interligar São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro com trens em velocidades superiores a 200 km/h, está estimado em R$ 34,626 bilhões, conforme estudo encomendado pelo governo à consultoria britânica Halcrow.

Em Brasília, os chineses se reuniram com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e com o presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. Em São Paulo, a agenda é com o secretário de Estado de Transportes, Mauro Arce, e provavelmente com o governador José Serra.

O diretor-presidente da Asian Trade Link (ATL), Marco Polo Moreira Leite, diz que o interesses do chineses pela construção do trem-bala abre novas possibilidades de financiamento ao projeto, devido as reserva trilhonárias da China. De acordo com o empresário, a vitória recente de estatais chinesas para fabricação dos trens e carros de metrô no Rio de Janeiro aguçou o interesse do país asiático no Brasil.

- Os chineses entram no páreo com muito dinheiro para investir, maquinário a preços baixos, tecnologia avançada e mão-de-obra capaz de entregar qualquer encomenda antes do prazo. A chegada deles é motivo para deixar os concorrentes no mínimo preocupados, diz Marco Polo.

De acordo com dados do Ministério das Ferrovias, a China, cuja malha ferroviária totaliza 80 mil quilômetros, tem como meta construir, até 2012, 13 mil quilômetros de linhas de alta velocidade, mais do que todo somatório das linhas de alta velocidade existentes no mundo hoje. Até 2015, os traçados de trem-bala na China devem totalizar 16 mil quilômetros.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Iraque de volta aos trilhos

Enquanto, no Brasil, ainda se diz que é muito difícil reconstruir o modal ferroviário, que não vale mais à pena, o Iraque - à exemplo do próprio Japão pós-guerra - aposta na ferrovia para a reconstrução da economia e das vidas dos iraquianos.



Fonte: http://noticias.uol.com.br

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Se o trem não vem ao passageiro...

... o jeito é ir até o trem; frase que vale para muitos países da américa latina, como pude constatar em uma viagem por Argentina, Chile, Peru e Bolívia - que também explica o grande hiato de posts recentemente. Os serviços turísticos acabam suplantando a carência do trem enquanto meio logístico de transporte de massa. Mas antes de realizar uma análise completa (país por país, sim!) da situação ferroviária latinoamericana, vale a pena conferir este prospecto do trem turístico no Brasil, publicado pelo Diário do Grande ABC:

Pantanal Express + Bonito

quinta-feira, 6 de agosto de 2009, 07:00

Turismo nos trilhos

Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC

Enquanto a gripe suína e os reflexos da crise econômica internacional fazem operadoras de turismo e algumas companhias aéreas amargarem uma queda drástica nas vendas de destinos internacionais, o sistema ferroviário avança sobre trilhos brasileiros a todo vapor. A Serra Verde Express, considerada a maior operadora de trens turísticos do País, que o diga. Em entrevista exclusiva ao Diário, o diretor comercial da empresa, Adonai Aires Filho, anunciou um pacote de novidades para o segundo semestre impulsionado pelo crescimento de 9% registrado nos primeiros seis meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2008.

"Mesmo com as chuvas que destruíram parte de Santa Catarina, tivemos um aumento grande de passageiros no passeio para Morretes (saindo de Curitiba, no Paraná). E o turismo ferroviário está crescendo como um todo. Dos 17 trens associados, todos tiveram um incremento entre 7% e 9%. Isso sem falar no Trem do Corcovado, que registrou um crescimento ainda maior devido à eleição do Cristo Redentor como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo", comemora o empresário.

Uma das novidades será oficializada no dia 26, quando a Serra Verde deverá aproveitar a viagem em comemoração ao aniversário de 100 anos da rede Hostelling International para lançar a "pedra fundamental" da construção de um albergue em Morretes.

"Vamos aproveitar a ocasião para anunciar o novo empreendimento, que deverá ser inaugurado em agosto do ano que vem. Por conta da própria ferrovia, Morretes tem registrado um aumento significativo na demanda turística e ainda há pouca estrutura para acolher os visitantes", explica Aires Filho. No ano passado, o trem paranaense transportou 140 mil passageiros.

Para o Dia dos Pais, a BWT Operadora oferece pacotes para o trecho entre Curitiba e Piraquara, em vagões de luxo, ao custo de R$ 150 por pessoa. O valor inclui coquetel, música ao vivo, passagens e um jantar no restaurante Obra Prima com chegada à estação curitibana por volta das 23h40.

E os aficionados por futebol ainda poderão festejar os 100 anos do Coritiba com uma viagem especial no dia 21 de novembro. "Os jogadores foram de trem para o primeiro jogo do clube, contra o Ponta Grossa, 100 anos atrás", explica Aires Filho.

A ideia é resgatar a memória dos torcedores através de apresentações, dentro dos vagões, que contarão a história do clube década por década. "O trem parte às 7h15 de Curitiba e chega às 13h30 a Ponta Grossa, onde será oferecido um almoço para 564 pessoas. Depois, todos assistem a uma partida contra o próprio Ponta Grossa e voltam de ônibus." O pacote também será vendido a R$ 150 pela BWT.

PANTANAL - O Trem do Pantanal - que começou a operar em maio interligando os 220 quilômetros que separam as cidades de Campo Grande, Aquidauana e Miranda, no Mato Grosso do Sul - também terá sua linha estendida até Corumbá. A expectativa é de que a segunda fase do projeto seja concluída até o fim do ano que vem.

Outros acertos estão em andamento para que a Serra Verde Express assuma a reativação das antigas linhas Angra dos Reis - Lídice, no Rio, e Viana-Marechal Floriano, no Espírito Santo, ambas como produto turístico. "Queremos definir até o fim de agosto para começar a operar já em dezembro, aproveitando a alta temporada de verão."

Os custos para manter as linhas, no entanto, não são nada modestos. Além dos R$ 177 mil que a empresa paga todos os meses ao governo federal só pela concessão do trecho operado no Paraná, a ALL (América Latina Logística) ainda embolsa 30,2% do valor de cada passagem. Mas Aires Filho garante que investir no turismo sobre trilhos ainda é um bom negócio. "O investimento para implantação de uma ferrovia é muito alto, mas compensa a longo prazo."

INFORMAÇÕES - BWT Operadora - (0xx41) 3888-3488. Site: www.bwtoperadora.com.br

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Despeça-se com moderação

Placa colocada neste fevereiro proíbe beijo em estação de trem em Warrington, no Reino Unido, para combater atrasos.


Imagem: Folha Online

Agradecemos a Janaína Figueira pela sugestão!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O trem é o transporte do futuro


O presidente da Alstom Transport, Philippe Mellier, disse que, apesar da crise, os pedidos da companhia cresceram

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O trem é o transporte do futuro

18/05/2009 - Times Online

O transporte ferroviário está na ponta de uma década turbulenta, com fusões, aquisições e novos investidores da indústria aérea e de outras áreas, de acordo com o presidente executivo de uma das maiores fabricantes mundiais de trens. Companhias ferroviárias nacionais absorverão seus vizinhos mais fracos e uma geração nova de operadores privados investirá em trens de alta velocidade para explorar infraestrutura nova construída com centenas de bilhões de dólares investidos pelos governos, disse Philippe Mellier, presidente da Alstom Transport.

"Se você quiser ver o futuro de nossa indústria em 30 anos, olhe para o que aconteceu na indústria de aérea durante os últimos 15 anos", disse Mellier. "Quinze anos atrás todo país tinha sua própria linha aérea. Elas ainda mantêm seus nomes. A Swiss é alemã, a Austrian Airlines é alemã, a Alitalia é francesa. Nós veremos consolidação."

A indústria de infraestrutura ferroviária está subindo na crista de uma onda poderosa de dinheiro público – pacotes de empréstimos no valor de incontáveis bilhões destinados a gerar empregos e retirar regiões remotas da lama financeira com transporte de carbono neutro. De Buenos Aires a Beijing, governos estão submetendo os contribuintes a um renascimento ferroviário. Até mesmo nos Estados Unidos, US$ 13 bilhões do dinheiro público viabilizarão capital para dez corredores de trem de alta velocidade enquanto o Presidente Obama oculta seu estímulo Keynesiano em uma capa ecológica. E os planos de gastos públicos estão criando uma carteira grande de pedidos para a Alstom e suas concorrentes – a Siemens, da Alemanha, e a Bombardier, do Canadá.

A companhia francesa registrou 7,4 bilhões de euros em pedidos de trens nos nove meses até o fim de dezembro, um quinto a mais do que no mesmo período de 2007. Apesar da crise econômica no final do ano passado, os pedidos ferroviários cresceram 61%. "Nosso mercado vai ser mais elástico que outros mercados, até mesmo se a crise econômica for muito longa", disse Mellier. "O básico vai ficar para o longo prazo - segurança energética, o meio ambiente e a necessidade de conter a crise."

É dinheiro alto - bilhões e para períodos longos - e é altamente político, reconhece Mellier. A pessoa que toma a decisão de comprar é frequentemente um político com um mandato eleitoral com duração de, no máximo, cinco anos, e que nunca irá inaugurar o novo trem. "Você precisa de coragem política para dizer: eu vou investir bilhões e não vou me beneficiar politicamente do resultado", ele afirma.

Porém, fundos de âncora do governo vêm provocando interesse enorme de empresários e instituições financeiras ávidos a explorar a infraestrutura ferroviária de alta velocidade em expansão. Embora a Inglaterra tenha parcialmente escapado de sua experiência desastrosa no setor ferroviário privado, outros países vêm se aventurando. "Investidores que miram este modelo [alta velocidade] têm se aproximado", disse Mellier. "Este é um setor que está chamando a atenção. Dá para vislumbrar o futuro."

A previsão dele será repetida por Sir Richard Branson, que incitará o governo a permitir que empresas do setor privado, como a Virgin Rail, instalem novos trilhos e construam novas estações para competirem com a Network Rail, a estatal proprietária da infraestrutura ferroviária britânica. Além disso, o presidente da Virgin está dando seu lance para obter um pedaço maior do trem do Reino Unido em um momento politicamente delicado. Lord Adonis, o ministro do Transporte, está defendendo a expansão ferroviária, incluindo a High Speed 2, que uniria Birmingham e Manchester a Londres, e a High Speed 1, a ligação ferroviária do Eurotúnel e seu término na estação St Pancras.

Porém, no momento, não há dinheiro público disponível para projetos como esses, e Sir Richard está esperando obter da Network Rail esquemas de infraestrutura ferroviária menores e lucrativos, tais como a nova linha que permitiria que os trens, na linha principal da Virgin na Costa Oeste, acessassem St Pancras e se conectassem com trens da Eurostar.

O entusiasmo do setor privado em relação à ferrovia já ecoou na carteira de encomendas da Alstom. O primeiro cliente da quarta geração do trem de alta velocidade, o AGV (Automotrice à Grande Vitesse), não é a SNCF, a ferrovia estatal francesa, mas um consórcio de ricos investidores italianos, liderados pelo presidente da Fiat. Dentro de dois anos, uma frota de AGVs, adquiridos com 1 bilhão de euros de capital privado, estará se acotovelando com locomotivas de estatais italianas enquanto trafegam entre Turin e Nápoles.

Mellier vê lógica em lugar de ironia nos investimentos da Virgin e NTV no transporte ferroviário de alta velocidade. Ele disse: "Há empresários talentosos e astutos ingressando no mercado ferroviário, de um lado vindos indústria aérea e, de outro lado, da indústria automobilística. Este é um sinal forte." Ele notou a ambição da Air France de construir sua própria rede ferroviária de alta velocidade, enquanto a empresa abandona os esforços para competir nos voos regionais .

A linha aérea francesa já não oferece voos para Lyon e reduziu drasticamente a programação entre Paris e outras cidades domésticas. "Com a Air France, a Virgin e recém-chegados do mercado aéreo, eles estarão muito ansiosos para ter o tipo de negócio ao qual estão acostumados na indústria aérea - "administração de rendimento”, ele disse. Isso significa focar em posicionamento de marketing e maximizar rendimentos do serviço, deixando a manutenção dos trens para outros fazerem. “Tudo é terceirizado. Será cada vez mais o modelo da indústria aérea. Eu quero estar lá para agarrar essas oportunidades.”

Para a Alstom, significa dar conta das demandas de clientes fora das estatais ferroviárias, com sua infraestrutura herdada e departamentos de material rodante. Também significa maior eficiência industrial interna. Mellier quer poder entregar peças de reposição a prazos curtos ao redor do mundo, à maneira dos fabricantes de aeronaves e motores a jato.

A Alstom pactuou recentemente um investimento conjunto na Transmash-holding, uma especialista russa de material rodante. Nas próximas duas décadas a Rússia gastará 200 bilhões de euros consertando e aprimorando uma malha que foi abandonada até apodrecer, quando o estado comunista se desmoronou. Isto significa construir 1.000 locomotivas por ano durante 20 anos. O presidente da Alstom disse: "É um país atravessando 12 fusos horários e os russos amam viajar de trem. Se houver crescimento em qualquer lugar no mundo para a indústria ferroviária, será na Rússia."

sábado, 30 de maio de 2009

Trem sem parada

Idéia inovadora do designer taiwanês Peng Yu-Lun, evitando paradas e economizando a enorme energia necessária para parar o trem e acelerar novamente até a velocidade final. Veja no vídeo abaixo como funcionaria:



Notícia original no haha.nu

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Moro lá no Islã, se eu perder este trem...

packed train

Peregrinos islâmicos pegando uma carona na volta do feriado de Sunni, Paquistão; a notícia original você lê aqui.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Tlem pala a plaia


Não é o cebolinha falando, sou apenas eu imaginando o título do post sendo proferido por um dos meus estudantes de português aqui em Hangzhou. Iniciando uma - oxalá - longa série de relatos de viagens sobre trilhos China adentro. E afora, se houver realmente como chegar ao Vietnã de trem. Cheguei bem perto disso ao deslizar até Beihai, cidade praiana ao sul; 29 horas de percurso que valeram tanto quanto o destino e aqui transcrevo.

K537 -19:04 – portão 17

Acabo de embarcar na jornada de 26 horas em direção a Nanning, e de constatar que meus óculos-escuros ovais – situados num bolso muito periférico – foram roubados. Tudo bem, tê-los encontrado desviou-me da busca de óculos-escuros perfeitamente circulares. Depois de alguns momentos de amargura, comecei a agradecer por ter colocado a carteira num bolso frontal com zíper e ter passado o cadeado no bolso do Laptop – vou prosseguir as anotações com o caderninho mesmo.

O trem inicia “a longa marcha” e a senhora das frutas passa, aos brados, em velocidade de cruzeiro – talvez um pouco mais rápido que o táxi que me trouxe à Estação Leste de Hangzhou. Olhando para o relógio no painel a cada dez segundos, eu repetia mentalmente o mantra “laideji” (vai dar tempo) e comprovava que 1 hora de antecedência não é o suficiente numa cidade com mais de 5 milhões de habitantes sem metrô. Nem aqui nem na Chi... Índia. Pergunto ao motorista se ele acha que o fluxo vai melhorar com a chegada do metrô em Hangzhou, prevista para 2009 e já adiada para 2011. Ele me conta que “hora do rush vai ser sempre assim” e que o ditie (literalmente, “dentro/na terra” – “metal/trilho”) é uma “coisa pra daqui a muitos anos”. Será que ele acompanha a velocidade incrível com que seu país vem construindo estradas de ferro?

Nanning - Shanghai nan by you.

A senhora das frutas passa de novo, agora silenciosa: olho para as carambolas mas decido não comprar nada (geralmente os chineses já vem preparados, pois a comida no trem é mais cara) e manter o máximo de discrição possível. Já bastam minha camisa carmesim berrante e meu rosto barbado de waiguoren (gente de fora do país), que arranca “hello”s das crianças por onde passo. Sou o único estrangeiro no trem até então. Lembro-me de novo do taxista me perguntando: “Porque você não vai de avião? É mais prático”, fazendo o decolar e pousar da nave com a mão direita. “Trem é melhor para aprender chinês”, digo, “o que eu quero é diversão!”, no que ele abre um enorme sorriso e lança uma gargalhada seca, de uma lufada só.

É animado, sim, mas antes de sacar a câmera vou criar alguma intimidade. Por hoje, só vou comer o sushi que comprei na loja da esquina e, antes que se apaguem as luzes, às 22hs, mergulhar em algum livro. Prometi à minha namorada que leria 8 antes de comprar qualquer exemplar novo. O último foi “O bonde na cidade”, de Maria Beatriz de Castro, e o próximo, 3º da lista, provavelmente será a “Carta ao pai”; Kafka deve ser um bom refúgio nesse momento de atomização extrema, sujeito a regras e um código de conduta que não conheço bem. Antes, talvez seja melhor me afundar no guia Lonely Planet e aprender algo sobre esta Nanning, na qual estarei em um dia. Quantas estações de trem terá? Chegarei na mesma que devo tomar o trem para Beihai, a cidade praiana em si?

8:02 - O (bom) dia (!) amanheceu nublado, escuro, de forma que ainda tem ares de madrugada. Essa alvorada eterna varreu uma insistente série de noites insones com 9 horas de eclipse embalado pela melodia dos trilhos. Sempre durmo melhor em trens. Também tenho a sensação de que é a chance do trabalhador chinês espairecer, deixar-se jogado, fazer alguma manha. É apenas o começo do feriado – para os que não tiveram de trabalhar hoje, Sábado – da semana do primeiro de Outubro, aniversário da Revolução de 49. Neste fim de semana dá-se início ao maior deslocamento humano do planeta – juntamente com o 1 de Maio (semana do trabalhador) e o logisticamente superlativo Festival da Primavera (ano-novo chinês). São centenas de milhões de pessoas realizando um êxodo inverso em direção à laojia – velha casa, terra natal; eu, que sinto saudades da praia e também quero me encontrar com esse algo caro e antigo, também sou uma delas.
Enquanto escrevo, uma velhinha olha-me fixamente. Retribuo com um esboço de sorriso; ela leva alguns segundos para tomar um susto e desviar o rosto. É como se eu fosse uma caravela absurda ao olhar indígena, uma espécie de animal exótico empalhado, mas em pleno movimento, e ela não soubesse ao certo como reagir à informação visual nova; muita gente aqui nunca viu um estrangeiro de perto.

Pela primeira vez ando num trem com televisão. Ela entoa o clipe de uma espécie de música sertaneja. Um sujeito aparece tocando uma miríade de instrumentos que, na verdade, devem ter sido performatizados por outra pessoa. A prática familiar me traz um certo alívio, de fato, algumas coisas nunca mudam. Passem 1000 anos e creio que ainda teremos a mística do artista 10 em 1 que pode muito bem não tocar ou mesmo cantar lhufas, mas sintetiza a obra coletiva em seu carisma.

Os comerciais são majoritariamente voltados para o turismo interno. A diferença com o Brasil é que aqui realmente há como atender toda essa gente para quem anunciam – penso no que aconteceria se os 70 milhões de clientes para quem a Gol diz anunciar resolvessem ir aos aeroportos no mesmo fim de semana. Não que isto aqui também não seja uma espécie de caos para olhos, ouvidos e narizes não acostumados. Vez ou outra a tela plana também lembra que é espressamente proibido fumar fora dos setores designados para tal. No caminho do banheiro passo por um deles e travo a primeira conversa, entre as tragadas do meu interlocutor. “É, o trem parou mas não dá pra descer aqui”, diz. “Pena, eu realmente queria esticar as pernas”, respondo. Ele expira a fumaça com uma expressão divertida mas, ainda assim, tudo aqui me parece mais taciturno que nas viagens que fiz 2 anos atrás, quando morava em Beijing.

A proibição do fumo também estava lá, mas era comumente desafiada, ou mesmo ignorada, arrancando alguns berros do liecheyuan (comissário do trem) e nada além. A presença da TV em cada cabine de 6 pessoas – e de todas as instituições que carrega consigo – parece muito mais esmagadora. Mais que isso: a janela de plasma parece ter tolhido todo o ânimo dos chineses daquele trem em tagarelar, jogar baralho ou tocar instrumentos tradicionais – o que sempre me deixava em transe. Quedam-se ali, embasbacados assistindo a telinha, ou buscam refúgio no mirar pela janela, na leitura ou ainda, como eu, no escrever. Destes não vejo sinal, mas sei que estão por aí. A calmaria é geralmente quebrada por um toque de celular estapafúrdio e absurdamente alto ou pelos jogos e cantigas das crianças; aí sim tenho certeza de que estamos num trem.


14:16 – A kuaican, refeição pronta trazida num carrinho, não me apetece e resolvo conhecer o carro restaurante. Depois algum papo com os “camaradas” – tongzhi – de cabine sobre o Brasil e a variedade de dialetos e sotaques existentes na China, sinto-me mais à vontade para deixar a toca. Preciso de um almoço régio, pois o café da manhã consistiu em pão, café e nas carambolas que, finalmente, comprei. Revelaram-se extremamente doces.

Já esperava um cardápio somente em chinês, a grande surpresa foi compreender a caligrafia de quem o havia escrito, a ponto de barganhar com o mestre-cuca a adição de cogumenlos na carne com vegetais refogados. Pergunto se tem cerveja pequena e gelada. No lugar dela, tomo um meiyou – não tem. Sentindo a pimenta nas primeiras bocadas, peço a grande e quente mesmo. Ao que parece, ela é a chave de toda a animação que faltava nos outros carros; conversas desembocando em gargalhadas e até num possível projeto amoroso; recém-conhecidos bebendo de braços entrecruzados tal qual a cevada fosse champagne. Perco-me na palavras de Kafka, levanto as pernas autometicamente pensando que é a minha mãe quem passa o esfregão e só desperto quando a fuwuyuan – garçonete – pede encarecidamente que eu volte para a minha cabine, que eles também querem almoçar.

De volta ao bunker, ponho-me a escrever e um senhor, até então reticente, a me observar. Chama-se Guan, e começa com o de praxe: quer saber de que país venho, que espécie de língua falamos lá e faz o onipresente e sempre bem-vindo elogio ao nosso futebol. Estamos na estação de Guilin, um dos pontos turísticos chineses mais expressivos: ele explica que isso se deve, em grande parte, a uma peculiar característica topográfica, salpicando a região de inúmeras montanhas independentes em vez de grandes cadeias. Vendo-as agora pela janela, adquirem um quê de daliniano em sua verticalidade e ângulos improváveis. Meu novo amigo ainda dispende meia-hora corrigindo meus tons – o tipo de coisa que as aulas regulares de mandarim não oferecem. Logo me conta o que pode ser uma das raízes de tanta dedicação: o filho de 17 anos estuda, há muito, nos E.U.A. “O chinês dele ficou ruim”, lamenta. Ainda estou em tempo para a sobremesa, escovo os dentes antes, tentando tornar a carambola mais azeda.

Guilin pela janela by you.

O pessoal – somos íntimos agora – vira-se todo para a TV, reconheço o rosto de um ator famoso; ele era o “Espada Quebrada” de “Herói”, filme de Zhang Yimou. Consigo entender boa parte da película, mas acabo sucumbindo a um obstáculo ainda mais inclemente que o lingüístico: o sono. 2 horas de apagão depois, levanto-me, grogue, e o Sr. Guan me dá um gole de baijiu para “acordar”, é a branquinha dos chinos. A bebida faz efeito e logo toda a cabine e adjacências formam um grupo coeso como o arroz chinês; até a inevitável separação anunciada pela chegada na estação de Nanning.

Muitos me aconselharam a tomar o ônibus, que sairia naquela mesma noite; lhes falei de minha preferência pelo trem, que faz o trajeto nas mesmas 3 horas e me daria acesso a uma paisagem diurna muito mais rica. “Também é mais seguro”, emendou um nativo daquela província, Guangxi.

Despedimo-nos e vou direto comprar os tickets de ida e volta para Beihai; o estrangeiro é a estratégia preferida dos fura-filas chineses mas o desta noite amargou uma derrota ao me ouvir falar desengonçado – mas em bom tom – que ele fosse lá pra trás como todo mundo. Fora da estação, barganhei com algumas caça-hospedes e acabei passando a noite no hotel/sobre-loja de uma elétrica; quarto com banheiro, TV, ventilador, mais alguns mosquitos e uma barata, da qual me ocupei de exerminar assim que cheguei – muito bom por 10 reais, na verdade. Uma volta pela avenida principal me deu uma idéia de quão longe estava do ocidente: nenhum Mc Donald’s ou KFC à vista.

Pela manhã, pego os 15 yuan de depósito pela chave no caixa/recepção e encontro a estação de Nanning movimentada, mas ainda assim trafegável. O policial ferroviário da plataforma de embarque identifica-me como estrangeiro perdido e chama-me a atenção. Aponta o meu vagão, semblante desconfiado, como todo bom matenedor da ordem. Fôssemos todos apenas mãos, talvez eu pudesse me camuflar melhor na multidão; muitos chineses deixam crescer uma ou mais unhas da mão direita – para o cofiar, coceiras, comichões, higiene nasal ou auricular. Ao menos em público, justifico o cultivo do hábito pela música, no intercurso com minha guitarra acústica española.


N713 – 9:36 – portão 2

Trenzinho para o trem by you. Concentração by you.

O trem para Beihai me lembra muito o Vitória-Minas brasileiro, tanto o estado de conservação (bom para um trem de meia-idade) quanto pela simplicidade das pessoas. Mas uma informação pintada do lado de fora dos vagões deixa clara a diferença: 100 km/h. Meus companheiros de mesa (em meio a bancos de 3 lugares cada) são: um casal jovem e simpático que me abarrota de lixias e pitombas; uma senhora carregando o neto, que se lambuza com uma espiga de milho; uma estudante de contabilidade nativa de Beihai, que me dá as dicas de como chegar ao meu hotel e, finalmente; um rapaz bronzeado e miúdo que não pára de escrever no celular. Ostenta uma enorme pochete; dando-lhe ares de cinturão mundial dos pesos-pena.

Dining-car competitors by you.

Leaving from the shadows by you.

O ar condicionado dá lugar às janela abertas e o clima fica tão agradável que já posso sentir a maresia inundando o trem, tal qual este sol das dez. O calor aumenta e me faz ensopar o assento; decido dar uma volta, câmera estrategicamente escondida na sacola que carrego. Avanço em meio a uma quantidade massiva de olhares curiosos, sorrisos, “hello”s e vendedores de frutas, macarrão instantâneo, meias, brinquedos, cigarros... Chego até o ponto em que o trem fica, misteriosamente vazio e as “ferro-moças” não me deixam mais prosseguir. Não teve jeitinho ou conversa que resolvesse.

Why is the world moving so fast? by you. Bons ventos by you.
Garota propaganda by you.
Chinesada colorida by you. Basta adicionar água quente by you.
Carteado sobre trilhos by you.

Make yourself confortable by you. Quase lá - Almost there by you.
Quem anda na linha... by you. En route by you.


Prolonguei ao máximo o passeio de volta a meu assento, como que poupando os demais passageiros de mais uma vez vislumbrar um estrangeiro peludo despindo-se para refrescar; logo desembarcaríamos para uma outra história em Beihai (cujas fotos podem ser vistas aqui). A volta? Foi tanto sono e conversa que não escrevi; viagem de trem tem dessas!

Beihai Railway Station

Até a próxima!

Rodrigo B.


Ps: o tais óculos roubados eu havia esquecido em cima da mesa de meu quarto; desculpas formais pelos vitupérios que destinei aos chineses da estação!